Quando e como usar discos SSD (Solid-State Drive)

Os discos SSDs são muito mais rápidos que os HDs convencionais, porém são muito mais caros (comparando GB por GB, quase 10x mais caros), então eles não são utilizados em qualquer situação nem de qualquer maneira. Vamos ver então quando é boa ideia (e quando não é) usar SSDs e como otimizar o seu uso.

Vantagens do SSD


Os HDs SSD são mais rápidos, geram menos ruído, são mais resistentes a impactos, menos suscetíveis a campos magnéticos e suportam temperaturas de operação maiores que os HDs convencionais, então já temos então uma pista de onde usar os SSDs (considerando que não tenhamos problema de verba).

Se fala muito que os SSDs consomem menos energia, são menores e mais leves que os HDs convencionais, mas isso é meia-verdade. Um HD SSD de 1TB realmente é menor que um HD convencional de 1TB, porém se eu preciso de 10TB eu não tenho um SSD com essa capacidade, então vou necessitar de vários SSDs, que vão seguramente ocupar mais espaço, gastar mais energia e serem mais pesados que um HD de 10TB. Assim os SSD possuem essas vantagens em pequenas quantidades de armazenamento.

Outro ponto importante para se usar HDs SSDs é o barramento da placa mãe e a performance do processador. Para quem não conhece o conceito de barramento, basta entender o seguinte: o barramento é "rodovia" da placa mãe que conecta todas as partes. Não adianta colocar uma Ferrari em uma estrada de terra esburacada. Existem no mercado placas mãe com ótimos processadores, muita capacidade de memória, mas péssima performance de barramento que então não vão conseguir aproveitar a performance de um SSD.

Quanto ao uso, em um servidor/desktop/notebook com SSD se trabalha da mesma forma que um com HD. Uma vez instalado, o SSD vai ser comportar (independentemente do sistemas operacional ser Windows, Linux ou MacOS) como um HD convencional mais rápido.

Onde e como usar da melhor forma um SSD

Obviamente quando não temos restrição de dinheiro, quase sempre é melhor usar SSD (veja algumas exceções mais abaixo). Em aplicações críticas, onde é necessário muita performance, se usam grandes quantidades de SSDs. Por exemplo em datacenters, servidores das grandes empresas, em notebooks para processamento de imagens ou mesmo em máquina de gamers (que gastam enormes quantidade de dinheiro atrás de performance) os SSDs são essenciais.

Mas além disso, como usar da melhor forma essa tecnologia? O ideal é fazer um misto de SSD e HD convencional no mesmo servidor. Usamos o SSD para boot e para instalar as aplicações (banco de dados, servidor web, servidor de email, etc.) e HD convencional para os dados (armazenar os emails do servidor de email, armazenar as páginas web do servidor web, etc.). Dá um pouco mais de trabalho porque precisamos configurar as aplicações para usar um disco diferente daquele onde elas estão instaladas, mas temos o melhor dos dois mundos: não gastamos tanto mas temos uma boa aceleração de performance das aplicações.

Mesmo em aplicações de banco de dados, podemos fazer uma engenharia mista: os banco de dados mais críticos, mais acessados e que impactam mais na performance (e normalmente são menores) ficam no SSD, já os dados mais volumosos e menos acessados ficam em um banco de dados armazenado em HD convencional. Novamente, é algo trabalhoso porque o programador precisa ter essa preocupação de separar os dados, para permitir essa estratégia, mas vale a pena quando é bem feito.

Outra aplicação interessante de SSDs são em ambientes críticos, como equipamentos instalados em áreas externas ou industriais, que acabam sendo expostos a altas temperaturas e interferências eletromagnéticas. Nesses casos os SSDs duram mais que os HDs convencionais. Isso também se aplica em caminhões, trens e ônibus (por exemplo, para gravar imagens de câmeras, como uma "caixa preta" do veículo) onde a tecnologia SSD é mais indicada.

Desvantagens do SSD e quando não utilizar

Existem algumas aplicações onde os discos SSDs não são recomendados, independente da verba disponível para o seu projeto.

Uma das situações onde os SSDs não são tão bons é quanto temos muita gravação com pouca leitura. Exemplos de aplicações desse caso são servidores de backup, servidores de log (registro) e servidores de CFTV (DVR/NVR/VMS). Nesses casos o servidor grava diversas vezes sobre o mesmo local (apagando um backup, log ou imagem antiga para colocar uma nova), isso acaba reduzindo o tempo de vida útil dos SSDs. Além disso, normalmente nesses casos a performance não é um fator crítico.

Repare que no caso de aplicações de "caixa-preta" para veículos temos uma mistura de benefícios e desvantagens: o SSD é muito bom para suportar as temperaturas e vibrações típicas dentro de ônibus, trens e caminhões, mas por outro lado a gravação contínua de imagem acaba diminuindo a vida útil do SSD. Mas no final o SSD é a melhor opção: apesar da menor vida útil por causa da grande quantidade de gravação, o fato dele suportar bem vibração e temperatura vai dar uma vida útil maior que um HD convencional na mesma aplicação.

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